Salve, salve, nação tricolor.

 

Hoje quero falar sobre um problema recorrente no São Paulo: a criação de narrativas que, muitas vezes, se distanciam da realidade e dificultam o trabalho de técnicos e jogadores.

 

Essas narrativas surgem do entusiasmo exagerado da diretoria e de parte da torcida, e são amplificadas pela “mídia são-paulina”: setoristas, jornalistas e influenciadores, alguns deles, em busca de engajamento, adaptam a realidade para agradar seu público. O resultado? Opiniões destorcidas são tratadas como fatos e geram distorções na análise do time.

 

Criam-se cenários irreais, como a ideia de que o São Paulo de 2023 era forte e começou 2024 pronto e preparado, sem espaço para reforços. Na prática, apesar da conquista da Copa do Brasil, a equipe teve dificuldades contra Ituano, Sport e Corinthians, passando apuros em diversas fases. O desempenho na Sul-Americana e no Brasileirão também mostrou que aquele time estava longe de ser forte.

 

Outro exemplo foi a tentativa de vender Zubeldía como um técnico com um início superior ao de Telê Santana. O argumento se baseava em um recorte conveniente de 12 jogos contra adversários frágeis, como Águia de Marabá, e times desfalcados, como Vitória e Cruzeiro (com um jogador a menos), além dos reservas de Internacional e Corinthians. Com o passar do tempo e uma amostra maior, os números passaram a refletir a realidade, e o técnico deixou de ser unanimidade.

 

O caso de Sabino é outra falácia. Em um time que conta com Alan Franco e Ferraresi, ele deveria ser, no máximo, a terceira opção na zaga, mas foi tratado como um "case de sucesso" após duas boas atuações. Esse mesmo tipo de narrativa levou parte da torcida a defender a aposta em Cédric e a dispensa de Moreira.

 

Muitos também tentam justificar as eliminações de 2024 com a ausência de Alisson e Pablo Maia, quando, na verdade, a principal razão foi a ineficiência ofensiva. Lucas e Calleri falharam nos momentos decisivos, Bobadilla e Luiz Gustavo deram conta do recado no meio-campo.

 

Além disso, tentam vender a ideia de que 2024 foi uma boa temporada. Mas a realidade é que, mesmo com reforços importantes, o time caiu cedo no Paulista, na Copa do Brasil e na Sul-Americana. No Brasileirão, embora tenha garantido uma vaga na Libertadores, fez um segundo turno ruim e terminou apenas três pontos à frente do Corinthians, que brigou contra o rebaixamento o ano inteiro.

 

Para quem compra essas narrativas, o São Paulo é candidato a títulos, vem de duas boas temporadas e resolverá seus problemas com o retorno de Pablo Maia e Alisson. Mas a realidade é outra.

 

É difícil para qualquer técnico trabalhar quando grande parte da torcida tem uma percepção tão equivocada do time. Quando se ignora a realidade, qualquer insucesso vira culpa do treinador. Se já é complicado para quem debate o clube, imagine para quem precisa entregar resultados dentro de campo.

 

Essa é minha opinião sobre o assunto.

 

Fique bem,


Guine.

 

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