Salve, salve, nação tricolor.
Hoje vou fazer um desabafo: a
entrevista de Júlio Casares ao GE é mais uma amostra da gestão
desastrosa do São Paulo quando se trata de administrar seus talentos. A saída
de William Gomes e Moreira, dois jovens com grande potencial, e
as justificativas do presidente mostraram, de forma definitiva, como a atual
gestão do clube vê suas divisões de base.
William Gomes, de 18 anos, foi
vendido ao Porto por 10 milhões de euros (cerca de R$ 61,4 milhões), com
o São Paulo mantendo 20% dos direitos econômicos para uma futura revenda. Já
Moreira foi emprestado ao mesmo clube por 18 meses, com cláusula
de compra obrigatória ao final desse período. Dois jovens talentosos, mas que,
segundo Casares, não teriam espaço no elenco.
O problema não está apenas na
venda em si, mas na forma como a situação foi conduzida e justificada. William Gomes
é mais promissor que Ferreirinha e merecia ter jogado mais. Moreira é mais
jogador que Igor Vinícius, o que não é nenhum feito heroico, mas é um fato. No
entanto, ambos foram negociados por valores abaixo do esperado, representando
uma das piores vendas da história do clube.
Casares afirma entender que o
mercado define os preços e que a falta de minutagem desvalorizou os
atletas. Se ele enxerga o problema, por que não atuou para evitar? O presidente
também revelou que, em conversa com Zubeldía, ouviu que dificilmente os dois
teriam mais oportunidades. Ou seja, ele identificou o problema e o responsável.
E quando ele diz que, caso
permanecessem, os valores poderiam cair ainda mais, porque continuariam sem
chances, ele assina um atestado de incompetência. Mas o pior veio depois.
Ao justificar a falta de espaço para a base dizendo que o São Paulo venceu a
Copa do Brasil e "quase avançou à Libertadores" com um elenco
pronto, ele passa a mensagem de que há um método nisso tudo.
E esse método não inclui
desenvolver seus próprios talentos.
Enquanto Zubeldía for o
técnico, o cenário não mudará: a base continuará sem oportunidades, os ativos
do clube seguirão desvalorizados e a única solução será “Vander a Base para o
investidor grego”. Parece o presidente detectou o problema, sabe o motivo,
conhece o culpado, mas não consegue solucionar; quem sabe um grupo estrangeiro consegue,
né?
Temos um presidente que prioriza marketing em vez de futebol, um treinador que não aposta nos jovens, um diretor de futebol que não entende do assunto e um coordenador técnico que virou uma figura decorativa. Com esse cenário, só podemos pedir: Salvem o Tricolor Paulista dessa caterva.
Essa é minha opinião sobre o assunto.
Fique bem,
Guine.
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