Salve, salve, nação tricolor.

 

Hoje quero falar sobre a apequenização do São Paulo, um processo longo, triste e doloroso, mas que segue uma cartilha bem conhecida no futebol brasileiro. Quando aplicada à risca, essa cartilha é garantia de "sucesso" na queda de rendimento de qualquer gigante, como já vimos acontecer com outros clubes do país.

 

A SECA DE TÍTULOS

Desde que o São Paulo encerrou sua era de "Soberano", conquistando entre 2005 e 2008 um Campeonato Paulista, três Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial, já se passaram 16 anos. Nesse período, o clube ergueu apenas quatro taças: a Sul-Americana de 2012, o Paulistão de 2021 a Copa do Brasil de 2023 e a Supercopa Rei em 2024. Muito pouco para um time que sempre se orgulhou de sua grandeza e que, apesar de dificuldades financeiras, seguiu investindo pesado no futebol.

 

ELENCOS FRACOS E ÍDOLOS DE BARRO

O problema do elenco atual não é uma novidade. Há anos o São Paulo se contenta com times medianos e caros, em que apenas um ou dois jogadores fazem jus à grandeza do clube. Hoje, podemos dizer que Lucas e Oscar são os únicos atletas de nível realmente alto. No mais, temos um exército de jogadores medianos ou abaixo da média, que acabam ganhando status de referências porque não há ninguém melhor. Assim, nomes como Luciano e Wellington Rato, que deveriam ser apenas peças complementares, viram "ídolos". Mas são ídolos de barro: derretem na hora H.

 

FALTA DE PLANEJAMENTO E O ACÚMULO DE DÍVIDAS

A falta de convicção na gestão do futebol faz com que o clube viva de apostas e erros. Isso vale para treinadores e jogadores. Crespo, Ceni e Aguirre foram vítimas da falta de paciência e planejamento, enquanto Carpini e Zubeldía surgem como apostas no momento errado.

Com jogadores, a história se repete. Exemplos como James Rodríguez, Nikão e Orejuela ilustram bem a gestão caótica do elenco:

  • James Rodríguez foi contratado sem convicção e nunca teve espaço.
  • Nikão veio como grande reforço e foi um erro de planejamento.
  • Orejuela jamais deveria ter sido contratado.

O problema é que essas contratações não são pontuais, são recorrentes. O clube contrata um jogador porque vê "oportunidade de mercado", sem um planejamento. O técnico da vez aceita sem muita convicção, mas logo depois é demitido e o novo comandante encosta o atleta. Assim, acumulamos fracassos esportivos e mais dívidas.

 

A BASE SUBUTILIZADA

Historicamente, a base sempre foi uma fonte de talentos e recursos para o São Paulo, mas nos últimos anos tem sido mal aproveitada. Para ser justo, Crespo e Ceni tentaram dar oportunidades aos garotos, mas ainda assim o aproveitamento é abaixo do ideal. Como resultado, perdemos em ganho técnico e financeiro, com vários jogadores sendo dispensados ou saindo de graça.

Pior: muitas vezes contratamos atletas iguais ou inferiores aos que já temos na base. Isso torna a situação ainda mais inaceitável.

 

PARTE DA TORCIDA SE CONFORMOU COM A MEDIOCRIDADE

Vivemos na era das redes sociais, onde a opinião de YouTubers, "jornalistas" e setoristas muitas vezes se transforma em verdade absoluta para parte da torcida. E é aí que reside um dos maiores perigos: a normalização da mediocridade.

Hoje, jogadores que não decidem são tratados como "decisivos", uma foto ou um vídeo cantando um hino transforma um atleta comum em ídolo, um técnico fraco vira referência só porque comemora gols com o time. Até patrocínios são celebrados como se fossem títulos.

Se temos ídolos, jogadores decisivos e um técnico "exemplar", por que cobrar a diretoria? Essa é a mentalidade que tem afundado o clube, pois impede qualquer pressão real por mudanças.

 

CONCLUSÃO

Assim se dá o processo de apequenização do São Paulo:

  1. A diretoria não tem convicção e falha no planejamento → O time sempre tem elencos ruins.
  2. A base é subutilizada → O clube perde técnica e dinheiro.
  3. A torcida se acostuma com a mediocridade → Jogadores medianos viram ídolos e técnicos fracos são tratados como gênios.
  4. O clube para de ganhar títulos e se endivida ainda mais → E a única coisa que sobra são lembranças do passado glorioso.

O hino do São Paulo nunca fez tanto sentido como hoje: "as suas glórias vêm do passado". Mas se depender de quem realmente ama esse clube, não deixaremos essa história morrer. Contra a apequenização, só há uma solução: "Salvem o Tricolor Paulista!"

 

Fiquem bem,

 

Guine

 

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